Investigação
Trabalho de Campo e Laboratório
Trabalho de Campo
Recolha das Amostras
No dia 20 de janeiro de 2020 dirigimo-nos ao Sapal da Amora e ao Sapal do Seixal, acompanhados pelo Professor Manuel Lima, para recolher as amostras para estudo, nomeadamente algumas espécies de plantas, solos e água.
Cabo da Marinha ( Amora ):
- Sarcocornia perennis ( Gramata Verde ) - cota 0,5m
- Halimione portulacoides ( Gramata Branca ) - cota 0,5m
- Suaeda vera ( Valeverde dos Sapais ) - cota 1,20m
- Ulva sp. ( Alface-do-mar )
- Enteromorpha sp.
- Spartina maritima ( Cevada do Mar ) - cota 0,10m
Ponta da Azinheira ( Seixal ):
- Juncus maritimus ( Junco das Esteiras )
- Puccinellia convulta ( Morraça )
Antes de colocar as amostras no frigorífico para conservação, foi necessário limpá-las e colocá-las em sacos de plástico, no caso das plantas, e em tubos de plástico, no caso dos solos e das águas, que seriam posteriormente identificados com o local onde foi apanhado e o nome. (Utilizaram-se materiais de plástico para evitar a contaminação das amostras)
Trabalho de Laboratório
Dia 1
Em reunião com a Técnica Carla Rodrigues, do Departamento de Química Verde da FCT, decidimos que a técnica que iríamos utilizar para estudar os metais pesados nas plantas seria a Espectroscopia Atómica. E definimos que teríamos que preceder a uma digestão das amostras.
No entanto surgiu-nos um problema. Um dos aparelhos necessários à digestão das amostras, nomeadamente o microondas de digesão, não estava operacional, pelo que tivemos de procurar uma forma de fazer um estudo inicial, menos eficiente, enquanto esperávamos pelo arranjo do aparelho.
Dia 2
Iniciamos então a digestão das amostras sem o microondas:
- Para isso, retiramos das plantas recolhidas uma pequena amostra das suas folhas, caule e raízes, e colocámos em tubos de ensaio, devidamente identificados;
- Em cada tubo de ensaio, inserimos 1 ml de ácido nítrico e 1 ml de ácido nítrico;
- Depois de terminar-mos os passos acima referidos em todos os tubos de ensaio, deixámos a reação fazer efeito durante 24 horas.
Dia 3
Analisámos os resultados da digestão e escolhemos as amostras onde esta tinha sido mais eficaz:
- Adicionámos água desionizada em todos os tubos escolhidos, até atingir um volume de 7,5 ml;
- Passámos então para o estudo qualitativo dos metais pesados no ICP-MS (espetroscopia de massa com plasma acoplado indutivamente).
Nota: Utilizámos uma amostra padrão com:
- Estanho (Sn)
- Arsénio (As)
- Mercúrio (Hg)
- Molibdénio (Mo)
- Antimónio (Sb)
- Chumbo (Pb)
- Cobre (Cu)
- Cádmio (Cd)
- Cobalto (Co)
- Níquel (Ni)
- Cromo (Cr)
Dia 4
O microondas já estava a funcionar pelo que, a partir deste dia, pudémos fazer uma investigação mais precisa. Para isso selecioná-mos as plantas correspondentes ás amostras que nos tinham dado resultados de maior contaminação no estudo anterior:
- Começámos por cortar a parte da planta para dentro de um tubo de ensaio adaptado ao microondas, até atingir uma massa de aproximadamente 70 mg;
- Adicionámos 1 ml de ácido nítrico e 1 ml de ácido clorídrico;
- As amostras foram sujeitas a altas pressões e temperaturas no microondas.
Tirámos então algumas conclusões:
- Uma das amostras não sofreu total digestão, ou seja, nem todas as amostras têm as mesmas matrizes e por isso devem apenas ser introduzidas no microondas amostras semelhantes;
- O microondas digeriu as amostras pelo que é a estratégia a seguir;
- Dado que as plantas em estudo contém metais pesados, tivemos que escolher em que órgão da planta incidiria a nossa investigação. Concluímos que deveria focar-se nas raízes pois constatámos que, uma vez que estes seres vivos utilizam as suas raízes para absorver as substâncias que se encontram dissolvidas em água ou presentes no solo, é neste órgão que se encontra uma maior concentração de metais pesados.